É um dia escaldante de verão. Estou saltitando em uma celebração no jardim, aproveitando a atenção da minha avó e das garotas mais velhas que usam vestidos bufantes em tons pastéis. Eu tinha cerca de dois anos na data. É uma lembrança perturbada e vaga, todavia, mesmo sendo assim, parece autêntica e considero uma das minhas primeiras recordações da infância. Só tem um problema: não tenho certeza se é real. Segundo pesquisadores, por volta de 4 em cada dez pessoas inventam tuas primeiras memórias. Isso acontece porque os nossos cérebros não desenvolvem a perícia de armazenar lembranças autobiográficas, ao menos, até completarmos dois anos de idade.
Catherine Loveday, especialista em memória autobiográfica da Universidade de Westminster, em Londres. Acredita-se que o turbilhão de células outras no cérebro de meninas pequenas interfira nas conexões necessárias pra armazenar informações no comprido período. É deste modo que a maioria da gente tem poucas memórias da infância quando chega à idade adulta. Outros estudos sugerem que ocorre uma espécie de “amnésia infantil” no momento em que completamos sete anos.
Contudo, um número deslumbrante de pessoas tem lampejos de lembranças anterior a essa idade. Um estudo conduzido por Martin Conway, diretor do Centro de Memória e Direito da City University, em Londres, analisou as primeiras recordações de 6.641 pessoas. Conway e tua equipe concluíram que estas lembranças provavelmente não seriam reais, devido à idade em que teriam sido capturadas. Se isso for verdade, sugere que muita gente cultiva lembranças dos primeiros capítulos de nossas vidas que nunca aconteceram. A razão pode estar relacionada a alguma coisa bem mais profundo na circunstância humana —ansiamos por uma história coesa da nossa própria vivência, e inventamos até já histórias pra nos dar um panorama mais completo.
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A visão predominante como chegamos a crer e a relembrar das coisas é baseada no conceito de “monitoramento da fonte”. Kimberley Wade, psicóloga que busca memória e certo na Universidade de Warwick, no Reino Unido. Na maior parte das vezes, tomamos essa decisão acertadamente e conseguimos distinguir a origem dessas experiências mentais —mas, às vezes, erramos. Até quem é especialista no conteúdo não está livre de despencar nessa armadilha.
Wade admite que passou bastante tempo recordando um acontecimento que, na verdade, foi uma questão que seu irmão viveu —e não ela. Mas, apesar disso, a lembrança é rica em dados e provoca emoção. Isso dá uma pista sobre isto como as falsas memórias podem se alojar pela nossa mente. Outras pessoas, até mesmo estranhos, são capazes de reescrever nossa história. Pesquisadores de memória demonstraram que é possível impulsionar lembranças autobiográficas fictícias nas pessoas —relatos que adicionam se perder em um shopping e até mesmo tomar chá com um afiliado da família real.
A psicóloga Julia Shaw, da University College London (UCL), no Reino Unido, mostrou que é possível convencer até as pessoas de terem cometido um crime violento que nunca ocorreu. Quase 3 quartos dos participantes que construíram falsas lembranças conseguiram, inclusive, contar a aparência dos policiais. Isso demonstra que, numa entrevista altamente sugestiva, as pessoas são capazes de com facilidade gerar falsas memórias perturbadoras. Mas exatamente o quão suscetível alguém é a este tipo de memória “implantada” podes diversificar.
Uma revisão científica recente sugere que 47% das pessoas envolvidas nesses estudos tendem a ter um tipo de recordação induzida de uma memória fictícia, entretanto apenas 15% geram lembranças completas. Em algumas situações, como após acompanhar imagens ou videos, as moças são mais suscetíveis a formar memórias falsas do que os adultos. Indivíduos com certos tipos de personalidade bem como são considerados mais propensos.